Num tempo em que os chefs passam mais tempo na televisão do que na cozinha, Henrique Sá Pessoa continua a ser um dos rostos mais reconhecidos pelo grande público, graças aos seus programas Ingrediente Secreto, sem nunca perder o toque com a realidade dos restaurantes, que continuam a consumir grande parte do seu tempo. Mas vamos ao passado. Grande parte da sua formação culinária começou no estrangeiro. Era inevitável. Assim que percebeu qual era a sua vocação também percebeu que tinha de viajar. Estudou no Pennsylvania Institute of Culinary Arts, nos Estados Unidos, e no Institut Cordon Bleu. Passou pelo Park Lane Hotel em Londres e pelo Sheraton on the Park em Sydney, Austrália, onde viveu dois anos. Quando finalmente regressa a Portugal já traz experiência e traquejo, mas decide manter-se na hotelaria. Começa pelo Lapa Palace, depois ruma ao Bairro Alto Hotel (onde comanda o restaurante Flores) e depois ruma ao Sheraton, onde assume o já famoso Panorama. Em 2005, com tudo isto já no currículo, foi o vencedor natural do concurso chefe cozinheiro do ano. A grande mudança dá-se em 2009. É aí que decide deixar o mundo dos hotéis, sair da sua zona de conforto e abrir o primeiro restaurante em nome próprio. O Alma, em Santos, foi um sucesso instantâneo. Como todos os outros projectos nascidos nessa altura, no entanto, não se pôde esconder da crise e acabou mesmo por fechar em 2013. Por muito tempo. O convite do Time Out Market para ocupar o lugar central na ala dos chefs encaixou que nem uma luva no calendário de Sá Pessoa, que assim, em 2014, conseguiu manter a equipa em funções, enquanto preparava, logo para o ano seguinte, a abertura de um novo Alma, mais forte, mais bonito e no sítio certo para um chef com aspirações, no coração do Chiado.