Marlene Vieira
É uma mulher num mundo dominado por homens, mas a garra nortenha – nasceu na Maia em 1981 -, nunca a deixou ficar mal. Cresceu no talho dos pais, o que lhe valeu um vasto conhecimento sobre carne que ainda hoje aplica no seu dia a dia. Também lhe valeu o primeiro emprego de Verão, num restaurante fornecido pelo talho dos pais, quando tinha apenas 12 anos. Uma vida dura, mas que não assustou uma mulher (na altura, uma menina) do Norte. O primeiro prato que aprendeu a cozinhar foi uma francesinha, e ainda hoje, juntamente com a cabidela tradicional, continua a ser um dos seus favoritos. Aos 16 anos entrou na Escola de Hotelaria de Santa Maria da Feira e, um pouco mais tarde, começou a trabalhar no Forte de São João Baptista, em Vila do Conde, onde viria a consolidar conhecimentos. Com 21 anos saiu pela primeira vez de Portugal e atravessou o Atlântico para trabalhar num restaurante típico português em Manhattan – o Alfama. Ali fazia sardinhas assadas, franguinho da Guia e uns pastéis de nata que valeram três estrelas do NY Times ao restaurante. Foi uma experiência intensa que durou dois anos. Regressada a Portugal trabalhou sobretudo em restaurantes de hotéis até se ter tornado chef residente do Manifesto, ao lado de Luís Baena. Até que a sua vez de brilhar sozinha chegou. Foi no Avenue, um restaurante situado na avenida mais cara de Lisboa, onde liderou pela primeira vez uma cozinha em seu nome. E foi também aí que o seu estilo começou a dar nas vistas. Primeiro da Time Out e da imprensa especializada; depois da televisão, que a convidou para jurada e professora do concurso Chefs Academy. Pelo meio, aceitou o convite para ser um dos chefs a integrar o grupo de elite do Time Out Market. A única mulher.