Miguel Castro e Silva
Sempre gostou de cozinhar, mas nem sempre pensou em ser cozinheiro. Aliás, demorou bastante até chegar onde o vemos hoje. Quando foi altura de decidir o que fazer, começou por ingressar num curso de biologia. Um erro de vocação, obviamente, que por sorte foi detectado rapidamente. Tentou então a música. E depois o sector têxtil. E finalmente a cozinha.
Foi já com 31 anos – em 1991 – que abriu o seu primeiro restaurante, o Quinta do Vales. Seguiu-se o Bull&Bear no Porto, que se tornou, muito simplesmente, no restaurante mais famoso do Porto de sempre. Foi lá que Castro e Silva passou grande parte da sua carreira e foi lá que se tornou famoso em Portugal e no mundo. A experiência termina em 2009, quando decide deixar o Porto, cidade que o viu nascer, e rumar a Lisboa para tentar novas aventuras com novos públicos. Abre então o De Castro Elias, nas Avenidas Novas, que dá início a uma vaga de restaurantes especializados em petiscos portugueses de alta qualidade. Pouco depois é convidado para liderar a cozinha de um novo projecto de luxo, no Chiado, onde tudo começava a acontecer. Nasceu o Largo, com uma cozinha mais elaborada, e que rapidamente se tornou uma referência da cidade. Em 2013, o projecto De Castro acabou por se mover para um dos sítios mais bonitos da cidade, a Praça das Flores, e logo a seguir Castro e Silva aceita ser um dos pioneiros do Time Out Market. Em todos estes espaços, nunca deixou de fazer os pratos que o tornaram uma referência da gastronomia portuguesa. Desde o robalo marinado com ervas frescas, ao bacalhau em baixa temperatura com migas de poejo e hortelã, passando pelo cachaço de porco alentejano com ensopado de grão e cogumelos do campo.